Um mergulho profundo na identidade original de Jesus, revelando Yeshua como o Verbo eterno, o Servo sofredor, e o Rei vindouro prometido desde o Gênesis.
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| Imagem ilustrativa criada por IA |
Yeshua: O Nome que Revela a Missão
Poucas questões são tão decisivas quanto esta: quem é Yeshua? A resposta não se limita a um dogma ou teoria teológica. Ela define o destino eterno da humanidade. Sua identidade está entrelaçada com a própria trama das Escrituras, desde Bereshit (Gênesis) até Hitgalut (Apocalipse).
A jornada para compreender quem é Jesus de Nazaré exige mais do que devoção: requer olhos para as raízes hebraicas da fé. Afinal, a revelação do Messias não foi escrita em linguagem abstrata, mas cravada na história, nos nomes, nos símbolos e nos textos sagrados.
O Nome que carrega a missão: de Yeshua a Jesus
O nome “Jesus”, como usamos em português, é uma dupla transliteração. Primeiro do hebraico יֵשׁוּעַ (Yeshua) para o grego Ἰησοῦς (Iêsous), e então para as línguas latinas. Yeshua é uma forma abreviada de Yehoshua (יְהוֹשֻׁעַ), nome de Josué, sucessor de Moisés. Seu significado é profundo e profético: “YHWH é salvação”.
📜 Em Mateus 1:21, o anjo declara a José:
“E lhe porás o nome de Jesus [Yeshua], porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.”
Esse anúncio não é apenas nominal, mas uma declaração de identidade e propósito. O nome Yeshua encapsula o plano de redenção, revelado desde Gênesis 3:15, onde a “semente da mulher” é profetizada para esmagar a cabeça da serpente.
Antes de Belém: o Verbo eterno
A origem de Yeshua não está em Belém, mas na eternidade. O prólogo do Evangelho de João estabelece sua existência pré-encarnada:
“No princípio era o Verbo (λόγος), e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele.” (João 1:1-3)
📖 A palavra grega "Logos" possui paralelos com o conceito hebraico de Davar (דָּבָר) — a Palavra criativa de Deus. Nos Targumim (traduções aramaicas antigas), o termo "Memra" é usado para designar essa Palavra ativa de YHWH. Logo, João insere Yeshua nesse contexto como a manifestação encarnada da Palavra criadora.
Em João 8:58, Yeshua afirma:
“Antes que Abraão existisse, EU SOU.”
A referência é direta ao Nome revelado a Moisés em Êxodo 3:14 (TM): Ehyeh Asher Ehyeh (אהיה אשר אהיה) — “Eu Sou o que Sou”.
📌 Septuaginta (LXX): traduz como Ego Eimi Ho On – “Eu sou o Ser”. Quando Yeshua usa essa expressão, Ele se coloca no centro da identidade divina revelada no Sinai.
A missão profética: resgatar o que se perdeu
“O Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” (Lucas 19:10)
Esse versículo sintetiza toda a missão de Yeshua: resgatar a aliança quebrada, restaurar o acesso ao Éden, reconduzir a humanidade ao Pai.
Profecias cumpridas com precisão cirúrgica
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Nascimento virginal: Isaías 7:14 (TM) fala de uma “almah” (moça jovem); a LXX traduz como παρθένος (parthenos) – virgem.
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Rejeição: Isaías 53:3 – “desprezado e o mais rejeitado entre os homens”.
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Transpassado: Isaías 53:5 – “traspassado pelas nossas transgressões”.
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Ressurreição profetizada: Salmo 16:10 (TM) – “não deixarás a minha alma no Sheol”. A LXX confirma: “não permitirás que teu Santo veja corrupção”.
Essas profecias não são interpretações forçadas. A literatura de Qumran já tratava Isaías 53 como messiânica (vide 4QIsa), e os próprios apóstolos entendiam que as Escrituras falavam dEle (cf. Atos 8:32-35).
O Servo que reina: o Mashiach inesperado
Yeshua é o Mashiach (Ungido) prometido, mas não veio montado num cavalo de guerra. Ele se apresentou como servo (eved).
Em João 13, Ele lava os pés dos seus talmidim (discípulos), invertendo a lógica do poder.
Em Marcos 10:45, resume: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir.”
Aqui está a revolução: o Rei que serve, o Mestre que se curva, o Senhor que se entrega.
📜 Isaías 53 o chama de Eved YHWH – o Servo Sofredor. Esse título é ignorado por muitas tradições messiânicas modernas, mas é fundamental no perfil do Messias revelado nos textos mais antigos do judaísmo do Segundo Templo.
Ressurreição e Exaltação: o Nome acima de todo nome
A ressurreição é o selo divino sobre a identidade de Yeshua. Como afirma Paulo:
“Ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1Co 15:4)
Mais de 500 pessoas O viram vivo (1Co 15:6). Isso foi documentado, debatido e defendido à custa da própria vida dos apóstolos.
Em Filipenses 2:9-11, Paulo escreve:
“Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o Nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Yeshua se dobre todo joelho...”
Este texto ecoa Isaías 45:23, onde o próprio YHWH declara que “todo joelho se dobrará diante de mim”.
✅ Ou seja: Paulo aplica ao Messias o que o Texto Massorético e a Septuaginta aplicam ao próprio Deus.
O retorno glorioso: justiça eterna e governo restaurado
O fim da história não é uma fuga para o céu, mas a restauração de toda a criação.
Apocalipse 19 apresenta Yeshua como Cavaleiro Fiel e Verdadeiro, com olhos como chama de fogo e uma espada saindo de sua boca.
Isaías 9:7: “Do aumento do seu governo e da paz não haverá fim”.
O Messias voltará como juiz das nações (Sl 2; Dn 7) e estabelecerá um Reino de justiça, onde “os mansos herdarão a terra” (Mt 5:5).
🌍 Novos céus e nova terra (Ap 21-22) não são metáforas: são a consumação da aliança. Yeshua reinará como Rei e Sacerdote, à semelhança de Melquisedeque (Sl 110:4 / Hb 7:17).
Quadro comparativo: A Identidade Profética de Yeshua
| Aspecto | Referência Bíblica | Significado Profético |
|---|---|---|
| Nome e missão | Mt 1:21 / Jo 1:41 | “YHWH é salvação”; designação messiânica |
| Origem eterna | Jo 1:1-3 / Jo 8:58 | Verbo eterno; expressão encarnada do “Eu Sou” |
| Profecias cumpridas | Is 7:14 / Is 53 / Sl 16:10 | Confirmam o perfil do Messias sofredor |
| Servo e Rei | Jo 13 / Mc 10:45 / Is 53 | Glória por meio do serviço; autoridade invertida |
| Ressurreição e exaltação | Fp 2:9-11 / 1Co 15:4 | Nome acima de todo nome; poder sobre a morte |
| Retorno glorioso | Ap 19 / Is 9:7 / Dn 7 | Juízo, restauração e Reino eterno |
Conclusão: Yeshua, o centro de toda a Escritura
“Quem me vê, vê o Pai.” (Jo 14:9)
Yeshua não veio apenas revelar o caminho, mas ser o Caminho. Ele é a chave para entender toda a Bíblia. Nele convergem a Torá, os Profetas, os Salmos e o Apocalipse.
“Nele todas as promessas de Deus são ‘sim’ e ‘amém’.” (2Co 1:20)
Conhecê-lo é mais do que crer — é entrar no Reino, nascer de novo (Jo 3:3), andar na luz (Jo 8:12) e esperar por sua vinda com olhos abertos.
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